Tenho um tempo em suspenso, um tempo que fica fora do tempo. É só para mim (e nem tanto), vou ficar gostando dele, com a leveza e a lentitude que requer um tempo meu, apenas meu. Neste tempo há algo tão especial, tão natural, que não sou quem de descrever. Estou eu, tomara que pudesse escrever como soa neste tempo esse eu. Pronunciá-lo fai parte dele. Estou eu. E não estou só.
Parece impossível que exista mundo além desta ilha de terra, fraga e vento. Ficas atirada na relva, submergida em ensonhações, lembrando outra vida que também tés, uma vida em que há carros, ruas, trabalhos, copas... A quilómetros de distância física, a anos luz de distância global. Ficas em suspenso para atrapar este minuto, este instante em que apenas existe a erva verde, o vento, as folhas de carvalho e uma dúzia de mosquitos que fazem de ti o seu banquete.