Tento decidir se me movo em círculos concêntricos ou em espiral. Decidir se o avanço é cara abaixo ou cara cima, e se merece a pena entrar de cheio na vorágine. Nom sei se haverá meta suficientemente atractiva. Mudaram-me os cartazes, e agora está a entrada onde antes se lia saída. Duvido entre pintar um novo luminoso ou apanhar-me com os antigos. Entre as dúvidas, acredito na mudança, nas fases lunares e no calendário maia.
O extraordinário é erguer-se todos os dias cedo. O extraordinário é ter forças para alentar, ir da casa ao trabalho, enfrentar o dia. O extraordinário é atirar uma cana ao mar e que saia um peixe. Sorrir sabendo que cada minuto é extraordinário. Fazer a cama sabendo que a vas desfazer apenas umas horas depois. Cozinhar para ti só com o mesmo carinho de cada vez, cozinhar para os demais e oferecer-lhes tempo, o teu. O extraordinário é amar.
O resto, anedotas. Escrever um romance, uma anedota. A decepção polo fracasso, uma anedota.
Palavras novas para denominar realidades antigas. Autofição. Leio que agora se chama assim isso que tanto practico num lugar que é também um mapa. Escrever duma mesma com a suficiente distância para estar a salvo. Palavras novas e velhos sentidos. A teoria queer da literatura. Apenas para confirmar que na literatura, como na vida, cabe tudo e tudo tem algum sentido.
Colecções de rosários, reencontros, tráfego, fotografias de viagens, lapis de cores, pastas, despertadores, amigas, voltas, rosários de colecções, listas, bons propósitos, emenda, dieta, cursos de línguas, trabalho, ginástica, festas comprometidas, exames, lembranças, jornais, leituras proveitosas, filas, projectos....