Sexta-feira, 30 de Março de 2007
Uma nostalgia nova de cada vez. Pode ser um reencontro, mais um que é apenas encontro, sem prefixos. Pode ser uma releitura (esse estranho hábito dos re-), ou apenas sentir a perda duma serenidade possível.
Uma nostalgia nova de cada vez. Talvez as férias, o tempo tudo para... Afinal, é tudo a mesma nostalgia. De mim própria, do tempo-Tardade, de caminhar apenas um passo de cada vez, de receber o apelativo de Cassiopeia, de ser leeeeeeeeeeeeenta, do entusiasmo por um minúsculo, impreciso, indiferente êxito mais, do mar, do cemitério celta debaixo.
Sexta-feira, 23 de Março de 2007
No médio mais público e colectivo é fácil sentir-se só...
Em homenagem ao dia de ontem.
É duro reconhecer que tudo depende das horas de sono da noite anterior, reconhecer-se humaníssima e insuportável, reconhecer-se débil por ter dormido horas de menos. Mas depois, recuperada, sou capaz de alegria e mesmo de sentir que tem sentido.
Domingo, 11 de Março de 2007
DILEMA CIENTÍFICO: Por que tudo vai tão terrivelmente lento quando tu esperas e tão terrivelmente rápido quando fazes esperar?
Segunda-feira, 5 de Março de 2007
A excitação especial nas duas curvas de Trimaz, justo antes de passar por debaixo do arco de fraga que, quase, tapa a estrada. A necessidade de respirar mais fundo apesar de ter as janelas do carro fechadas e cheirar, apenas, o ridículo ambientador com odor a limão. Os ritos, aminorar a velocidade, mudar de quarta para terceira, o pisca que marca a direita... Pôr as luzes mínimas antes de entrar diante da casa e sentir como o cão começa a saudar. Depois a conversa, a vida completa de pessoas que nom conheço, as últimas mortes da paróquia, as novidades da vizinha, as sementes, outro mais que vendeu as vacas. Ralentizada, instalo-me no tempo-Tardade.
A necessidade vital de fugir, de abandonar, de deixar atrás sementes, vacas, vizinhas, obituários... De acelerar, fazer um trabalho entanto penso no seguinte, de consultar a Internet e combinar ao telefone para a última novidade teatral, sair correndo dum lado para outro sem direcçom reconhecível.
A mulher escindida.