história recente

Retórica do confinamento

Quietude

Outono

Feriado

Consumo rápido

Diário de viagem

A beleza

Silêncio

Isto não é

Tempo

Noites

Cores de vida

Mudanças

...

Paraíso

Às vezes...

Segurança

Anos

Puzzle

Repetições

A história

Abril 2020

Outubro 2017

Junho 2017

Junho 2016

Novembro 2015

Março 2015

Agosto 2014

Dezembro 2013

Setembro 2013

Outubro 2012

Julho 2012

Março 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Outubro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Março 2007

Fevereiro 2007

Janeiro 2007

Dezembro 2006

Novembro 2006

Outubro 2006

Setembro 2006

Agosto 2006

Julho 2006

Junho 2006

Maio 2006

Abril 2006

Março 2006

Domingo, 12 de Junho de 2016

Consumo rápido

Ontem morreram mais de 50 pessoas num ataque homofóbico num clube dos EEUU. O terrível sucesso chegou a nós quase ao mesmo tempo que acontecia. Aos poucos minutos conhecíamos as conversas de whatsapp que algumas vítimas tinham com a sua família antes de ser atingidos. A sensação de terror é muito forte. Em breve, as redes enchem-se de mensagens de condena e solidariedade.

Ante ontem, aparece o corpo sem vida da mulher desaparecida em Santiago. As primeiras investigações dizem que foi acidente, parece que desta vez polícia, juiz e forense foi mais rápido que as próprias redes sociais. A conclusão véu rápido, quase sem dar-nos tempo à indignação.

Na semana passada apareceram mais de cem cadáveres nas areias do Mediterrâneo, sofremos e indignamo-nos. Não há ninguém alheio ao sofrimento. Dura aquele minuto em que lemos a notícia mas não há espaço para muito mais. Chega a seguinte notícia para a comoção. Sim, eu também estou aqui, comovendo-me com as notícias, sofrendo e indignando-me ao ritmo que marca a actualidade.

No meio, alguém assiste ao concerto mais emocionante da sua vida e eu que também estava ali sinto a necessidade de mostrar a minha paixão. Mas de repente algo quebra e tenho que parar. Por um momento sinto que a dor não é minha, é só uma réplica das dores replicadas na grande aranheira. Eu sei, não faz diferença e a ninguém interessa, mas talvez deva procurar a minha própria dor e fazer algo com ela.

Talvez essa emoção não tem passado por mim, apenas tem atravessado o corpo como um vento frio. Rápido, sem deixar marca. Neste momento preciso sentir as marcas, os roxos na pele de cada mágoa. Não deixar que passe e venha o seguinte. Sentir. Com o tempo paralisado no horror. Com o tempo também paralisado na beleza quando acontece.

 

 


Laila_lilas às 23:11

| fala | favorito

pesquisar

 

Abril 2020

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4

5
6
7
8
9
10
11

12
13
14
15
16
17

20
21
22
23
24
25

26
27
28
29
30


gosto

Desamparo

Mundos impossíveis

Olhos

Tu também

Eu e a outra

Fantasia de amor

Homenagem privada

Diz Antonio Gamoneda

Escuro

Mais outra vez a lua

blogs SAPO

subscrever feeds