Terça-feira, 24 de Dezembro de 2013
Aqui não há tempo possível. Apenas o mundo existindo por cima de mim, do lado, em baixo; com uma transcendência que não consigo entender. Digo palavras vazias de sentido; "ano", "hora", "amanhã"... Consciente de que dizê-las não as constrói nem as abarca. E a absoluta certeza de que não posso intervir. A vida está à minha volta. Também a minha. Uma vida que às vezes alcança uma plenitude inesperada, que dura um minuto, dous, um dia... E outra vez as palavras inúteis. Só um desses minutos plenos merecem uma vida completa. Todo um ano resumido no silêncio e a quietude. Que a vida nos siga atingindo, nas suas imperfeições.