Madrugada afora, passo os olhos polas linhas borradas do último libro. Formigam as letras incompreensíveis a excepção duma palavra. Buganvília. E uma explosão violeta muda a cor dos meus sonhos. Será essa buganvília lida tantas vezes nos livros de Clarice a que habita as noites. Haverá uma casa pintada de branco luminoso e um quintal. Apenas uma pranta de tomate com os frutos vermelhos a apontar a delícia. E uma buganvília. Pode que a vida esteja perdendo a sua luminosidade, anegada de jornais e brilhos piscando nos écrãs. Entretanto, os meus sonhos têm buganvílias.