só precisas da imagem dessa árvore solitária na beira do mar. Uma árvore elegante na sua sobriedade, austera, simplesmente enraizada lá, na beira do mar, na terra rochosa e areosa.
Assim, sem quase nada para permanecer mais do que a vontade. Sem vaidade, mas com firmeza.
Só precisas dessa imagem para saber que pouco é necessário para levantar-te sobre os teus pés, sobre as tuas próprias raízes. Apenas ficar um pouco afastada da miséria quotidiana, chorar com aquela profundidade higiénica e verdadeira que guardas para ti. Porque para ti é a tristeza de ver o poço e a sua fondura. Porque para ti é a felicidade do gesto de girar a cabeça, levantar a olhada e ver a luz. Porque para ti é a morte mas também a ressurreicçom.