Terça-feira, 29 de Agosto de 2006
As férias acabam, o verão passa, as colecções impossíveis voltam à TV, o tempo parece ir mais d e m o r a d o... Mas tudo parece voltar à vida, à normalidade. Continuo a esperar o Outono.
Sábado, 26 de Agosto de 2006
No parque mais bonito do mundo (ou quase) continua a recuperação. Os pés descalços apanhando orvalho, os últimos raios do sol de Agosto que é quase como dizer Outono ( e que vontade desse Outono amarelo e vermelho, do frio da fim da tarde, da pele de pita a qualquer hora, das folhas amolecendo os passos). É tão fácil recuperar-se.
sons: Inédito
Quarta-feira, 23 de Agosto de 2006
Recuperar os ritos, os hábitos, os mitos. Voltar à pedra primigénia, à pedra aquecida no sol de agosto. Voltar à praça quadrada e o espectáculo diário, ao silêncio acompanhado. Voltar a pôr a orelha indiscreta pola geografia oral das conversas sem rosto. Escandalizar-se ou sorrir cúmplice.
Então recuperada, erguer-se da pedra primigénia e voltar ao mundo: quotidiano, diário, rotinário... ao mundo delirante.
Segunda-feira, 7 de Agosto de 2006
A tristeza é seca. Fai passar papel de lixa por dentro, arranha-che as vísceras fisicamente, fai doer o estômago. Não há nada que fazer. Apenas aceitá-la, simplesmente. Estar triste fai parte natural das cousas. Não fai mal.
Depois, pões em papel essa sequedade e começas a tomar consciência exacta do teu corpo. Da ponta do pé até a cabeça sentes cada pedaço de pele. Isso supõe que estás recuperando, a sequedade e a dureza começam a desaparecer graças a esse papel e essa caneta.
RECUPERAR-ME, SER DE NOVO UM CORPO. HÚMIDO, DOCE, EQUILIBRADO.